sexta-feira, 24 de julho de 2009

Por Dios!!

Não sei se leram a Folha de S. Paulo do último dia 17, mas na coluna da Mônica Bergamo, do caderno Ilustrada havia uma prova de que Deus- sim, o Todo Poderoso, é um cartola do futebol europeu.
Podem acreditar.
A jovem esposa do jogador Kaká, Caroline Celico, no dia 21 de junho, deu um testemunho como pastora da Igreja Renascer em Cristo, na Flórida, e disse, entre outras pérolas: "(...) O dinheiro do mundo tem que tá em algum lugar. E Deus colocou esse dinheiro na mão de quem? Do Real Madrid, pra contratar o Kaká. Foi uma grande benção." Tem o vídeo no YouTube.
É, minha gente, agora o patrocínio vem de cima. Deve ser por isso que o Kaká aponta o céu quando faz gol. "Gracias, Señor!"
E ela ainda disse que "vamos estar podendo abrir uma igreja lá",(salve o gerúndio!). Talvez seja para garantir a grana até o fim do contrato.
Se a moda pega por aqui, fundam a igreja "Sara nosso Time".
Imaginem quantos presidentes de clubes não se ajoelhariam diante Dele pedindo uma mãozinha... no bolso.
Aí, quem sabe, o Palmeiras não precisaria mais fazer festa com seus torcedores ilustres para "angariar fundos", e nem perderíamos tantos bons jogadores para o futebol estrangeiro.
Tudo por conta do bendito, Bendito mesmo, dinheirinho do Céu.

Olha, às vezes penso que já li, vi e ouvi de tudo, mas sempre me surpreendo com a capacidade do ser humano de ser tão estúpido.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Eu queria ter uma bomba

(Cazuza)

Solidão a dois, de dia
Faz calor, depois faz frio
Você diz "já foi" e eu concordo contigo
Você sai de perto, eu penso em suicídio
Mas no fundo eu nem ligo
Você sempre volta com as mesmas notícias

Eu queria ter uma bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder me livrar
Do prático efeito
Das tuas frases de efeito
Das tuas frases feitas
Das tuas noites perfeitas

Solidão a dois, de dia
Faz calor, depois faz frio
Você diz "já foi" e eu concordo contigo
Você sai de perto eu penso em homicídio
Mas no fundo eu nem ligo
Você sempre volta com as mesmas notícias

Eu queria ter uma bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder te negar
Bem no último instante
Meu mundo que você não vê
Meu mundo que você não crê

Eu queria ter uma bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder te negar
Bem no último instante

Mas já vai? Fica mais... por favor!!!!

Pois é. Depois de mensalões, dinheiro na cueca, Palocci e o churrasqueiro, dossiês, vêm aí os atos secretos.
663, certo? Número da sorte, já que é 51 vezes o famoso 13. E 51 é o n° da branca ardente.
E ainda vem a filha querida, Roseana, e diz que o pai nunca foi apegado a cargos. Ah, tá bom. E o cargo de coronel do Maranhão?

Mas mais bonita ainda é a foto do Lula aos abraços e sorrisos com o Collor. Decerto o passado já está no lixo e será deportado junto dos containeres que recebemos com simpáticos dejetos ingleses. Pois agora também somos depósito de lixo do dito Primeiro Mundo.
E quem também será deportada, mas por falta de uso, é a ética. Conhece? Ouviu falar, né? Então, se perder tempo não conseguirá nem se apresentar a ela, porque está de partida, mesmo, bem apertada no meio de toda aquela porcaria fedida e importada.

Admito uma falta minha: meu interesse por política é limitado. Mas o pouco que sei e acompanho, ultimamente só tem valido para ter certeza do que não quero para a minha vida: hipocrisia e apego a cargos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Pens a mente

súbito a mente
mente
mesmo que tente
ser veemente
dificilmente
ser simplesmente
subitamente

quarta-feira, 15 de julho de 2009

$$, $$$

Mais uma vez Michael por aqui.
Fiquei espantada com a transformação de seu velório-enterro em um mega evento.
Se estivesse vivo, entenderia o propósito, já que para ele não caberiam menos holofotes. Mas, por Deus!, ele está morto!!
Não sei o que aquelas pessoas esperavam ver ali. O 'moonwalk' em cima do caixão?
Num ato muito pequeno, mas simbólico para mim, me recusei a assistir tal episódio derradeiro de uma vida conturbada que finalmente ganhara descanso merecido- o que devia ter acontecido enquanto ele ainda habitava este mundo cão.
Explorar a imagem de duas crianças que amavam o pai como ele era. Torná-los alvo de todo tipo sujo de especulação.
Falta de respeito.
E seu pai? Que agora cobra muitos mil dólares por uma entrevista, para bancar o santo protetor de seus filhos.
Falta de moral.
Tudo muito absurdo.
Eu, de coração, espero que, num último ato de esmero por parte de sua família, o 'velório-show' tenha sido também simbólico, só para aplacar a fúria dos fãs. Espero que, num feito heróico para preservá-lo, já o haviam enterrado. Já estava tranquilo nalgum lugar.
Seu trono já o estava esperando onde agora, de longe, irá reinar.

Long live the king!

Retrocesso

Diferença abismal:
povo e coronel.
A capitania hereditária
é logo ali.
Num pedaço do Brasil
encostado no estado de Belém.
A eles não cabe
um quinhão do seu vintém.
Ali, o donatário
lhe cedeu o latifúndio.
Nos vê como otários
escondendo tudo nos fundos.
Mas a verdade vem à tona.
Mesmo que só parte dela,
já é um começo.
Neste grande jogo de trapaças
honestidade vira ameaça.
"Todos têm um preço".
Mas ainda podemos acreditar
que a democracia, essa quimera
irá vigorar,
dará fim aos coronéis.
O avanço do Brasil
enfim, sairá dos papéis.
Se tornará realidade
para um povo
que só espera a verdade,
respeito de novo.

Indignação

Como esperar clareza?
São todos estúpidos
corruptos
toupeiras herdeiras
de burros poderes
se ocupam dos seus prazeres
se mostram santos
mas são todos dignos
de espanto
desgosto, asco
nojo
profundo poço
da indescência, da falta da vergonha.
O país de ignorantes
espera por velhos novos governantes
menos ridículos
para o novo velho circo.
E o grande espetáculo não tem fim.
"Brasil, mostra a tua cara"
já não há tempo
"pra gente ficar assim."

Dura dor

ditador
dita a dor
da tortura
dura a dor
em quem sofreu
e não morreu
na lembrança
dura a dor
da tortura
ditador
dita a dor
da ditadura.

Visão

Vi um macaco, um macaquinho
no flamboyant pelado do vizinho.
Paralisei.
Quem diria que eu um dia veria
tão de pertinho, o macaquinho?
Vejo sempre joão-de-barro manso,
catando bichinho na grama do jardim,
o beija-flor tomando banho
no esguicho da mangueira
e o pica-pau que vem bicar, aqui do lado,
o tronco da paineira.
Mas o macaquinho me encantou.
Não deu tempo para a foto,
só a memória retratou.
No baú de lembranças doces vai ficar:
Uma manhã de terça-feira,
lavando no tanque meu all-star,
dou com um macaquinho
livre, livre, livre a saltar
no flamboyant do vizinho.